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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

QUEIMADORES INDUSTRIAIS

 Queimadores são equipamentos destinados

à geração de calor a partir da queima de

combustíveis, forma de energia chamada

“química”. Isso porque os combustíveis,

compostos principalmente por átomos de

carbono e hidrogênio, sofrem uma reação

de oxidação com oxigênio (combustão)

resultando em dióxido de carbono e vapor

d’água superaquecido, além de outras

reações secundárias. A liberação de calor

pela combustão é a diferença entre a energia

interna contida nos reagentes e nos produtos da

combustão, também conhecida como variação

da entalpia.

A primeira classificação refere-se ao

combustível. Existem queimadores que somente

podem usar um determinado combustível,

como por exemplo, gás natural (GN) ou óleo

combustível, os quais constituem a grande

maioria destes equipamentos. Excepcionalmente

encontram-se queimadores que operam com

combustíveis sólidos pulverizados ou ainda em

mistura com óleos combustíveis. E existem

também, em menor número, queimadores que

admitem dois ou mais combustíveis. Os mais

conhecidos são os queimadores chamados

duais, que admitem o uso de dois combustíveis,

os quais evidentemente são bem mais caros

devido à sua complexidade. Exemplos são os

queimadores GN-GLP e os queimadores gásóleo.

A segunda classificação diz respeito ao

comburente (oxigênio). Ele pode ser fornecido

a partir do ar ambiente por conter 20,9% de

oxigênio (base volumétrica), insuflado em

baixas pressões por ventiladores ou em médias

pressões por ar comprimido. Esses queimadores

projetados para a queima com ar podem ainda

suportar algum grau de enriquecimento com

oxigênio, geralmente elevando o teor para

25% de oxigênio ou pouco mais. Outro tipo de

queimador é aquele projetado para operar com

oxigênio puro ou elevados teores, acima de 90%,

geralmente aplicados a processos térmicos de

alta temperatura (acima de 800°C). Existem

ainda queimadores especiais, projetados para

operar desde ar ambiente até oxigênio puro,

denominados “oxy-air burners”, o que permite

tirar o melhor proveito em todas as etapas

dos processos térmicos. Por exemplo, usar a

oxi-combustão na etapa da fusão de um metal,

onde a demanda térmica é intensa possibilitando

aumento de produtividade, e a queima com ar

ambiente na etapa de refino e espera quando tal

demanda é baixa.

A classificação seguinte refere-se à mistura

do combustível com o comburente, exigindo

a subdivisão em combustíveis gasosos e em

combustíveis líquidos.

Os queimadores a gases combustíveis

podem ser do tipo pré-mistura, onde o

gás e o comburente já saem misturados no

bocal dos queimadores, ou mistura na face

quando a mistura ocorre a partir do bocal.

Os queimadores de mistura na face tornam

impossível o retrocesso de chama para o

interior dos queimadores, mas torna-se difícil

minimizar o excesso de ar de combustão. E

existem ainda os queimadores de combustão

estagiada, onde diferentes fluxos de comburente

possibilitam alimentar a chama ao longo de

seu comprimento, sendo um dos artifícios para

reduzir as emissões de NOx.

Já os queimadores de combustíveis líquidos

necessitam de dispositivos que venham

atomizar o combustível de forma a possibilitar

sua gaseificação e craqueamento no trajeto da

chama, proporcionando a necessária intimidade

com o comburente para a reação de

combustão. Os principais princípios

aplicados para atomização são: súbita

descompressão por jato de alta pressão,

atomização centrífuga (copo rotativo),

atomização por fluido auxiliar (ar ou

vapor) e emulsão ar-óleo. O objetivo

para uma boa atomização é gerar

10 milhões de gotículas para cada

centímetro cúbico de combustível,

associando uma intensa turbulência com

o comburente.

Outra classificação refere-se à

disposição dos conjuntos de partes (ou

blocos) do queimador:

• Queimadores tipo monobloco,

onde todos os principais componentes

como ventilador, cabeçote de queima

e sistemas de controle mecânico e

eletroeletrônico estão agrupados em

único bloco. Esses queimadores são

geralmente aplicados em processos de

baixa e média temperatura, de modo

que o calor liberado pela chama e pela

câmara de combustão não venha a

danificar ou reduzir a vida útil de seus

componentes.

• Queimadores tipo duobloco,

no qual o ventilador e os sistemas de

controle eletroeletrônico estão afastados

do cabeçote de queima, o que permite

sua instalação em processos de alta

temperatura, inclusive possibilitando

a utilização do ar de combustão

preaquecido.

• Queimadores tipo duto, onde o

cabeçote de queima está instalado no

interior de um duto com a finalidade

de gerar gases quentes. A alimentação

do ar de combustão pode ser feita pelo

próprio ar que circula no duto, quando

as condições possibilitem comburente

suficiente, ou por alimentação

independente com ventilador externo.

Tais condições do ar se referem à

velocidade e ao teor de oxigênio.

Esses queimadores são geralmente

modulados, permitindo diversas

configurações geométricas na seção do

duto. O sistema de controle de potência

e demais componentes ficam instalados

fora do duto.

• Queimadores infravermelhos são

do tipo pré-mistura gás-ar apresentando

uma chama com formato de superfície,

geralmente plana ou cilíndrica, que

aquece uma malha metálica ou cerâmica

tornando-se radiante/convectiva. É

muito aplicada quando necessário o

aquecimento de superfícies por radiação.

E, finalmente, a classificação

dos queimadores pelos seus estágios

operacionais, podendo ser:

• Queimadores de estágio único,

onde opera com potência fixa, do tipo

“on-off” ou liga-desliga, geralmente

unidades de baixa potência raramente

superando 600 kW.

• Queimadores de duplo estágio,

operando em chama alta ou chama

baixa, considerados como potências

nominais da ordem de 800 a 2.000

kW. A seleção das potências ideais

seria aquela onde a demanda térmica

do processo variasse entre essas duas

chamas, evitando o desligamento do

queimador.

• Queimadores modulantes,

aqueles onde a alta potência varia

continuamente entre os valores mínimos

e máximos. As eficiências de combustão

mais elevadas, para cada caso, exigem a

modulação proporcional entre as vazões

de combustível e de comburente em

cada posição de potência, o que nem

sempre se verifica na prática.

(fonte: Industrial Heating)



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